Família é resgatada após ser mantida em cárcere privado por criminosos dentro de embarcação no Amazonas

Polícia

Por Lucas Macedo, g1 AM

Oito pessoas da mesma família foram resgatadas após serem mantidas em cárcere privado por criminosos dentro do porão de uma embarcação que navegava pelo Rio Solimões, no interior do Amazonas. O caso ocorreu na segunda-feira (13) e nenhum suspeito foi preso.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), as vítimas eram cinco homens, duas mulheres e um bebê de oito meses. Eles foram trancados no porão do barco em que estavam pescando após cinco criminosos invadirem a embarcação a procura de uma suposta carga de drogas.

Conforme o relato das vítimas aos policiais, ao não encontrarem as drogas, o grupo torturou psicologicamente os pescadores e roubou objetos da embarcação. A polícia não divulgou os itens levados na ação.

Policiais chegaram ao local após uma denúncia anônima informar que um barco pesqueiro havia sido abordado por um grupo criminoso nas proximidades da Ilha da Botija, no município de Coari.

Durante patrulhamento, os policiais avistaram a embarcação indicada na denúncia e, ao se aproximarem, observaram um bote de alumínio com cinco homens que estavam saindo do barco.

Ao perceberem a presença da polícia, os ocupantes do bote teriam reagido com disparos de arma de fogo. Houve troca de tiro, mas ninguém ficou ferido.

Durante o confronto, os cinco suspeitos conseguiram se aproximar da margem, abandonar o bote e fugir por uma área de mata.

No bote usado pelos criminosos, os policiais apreenderam duas pistolas calibre 9 milímetros e 20 munições.

Todas as vítimas resgatadas foram encaminhadas para a Delegacia da Base Arpão, onde foram ouvidas. A Polícia Civil do Amazonas informou que dará seguimento nas investigações para identificar e localizar os criminosos.

Justiça determina reforço na segurança em Coari

O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) determinou providências do Governo do Estado do Amazonas contra a crise de segurança enfrentada pelo município de Coari.

A decisão, promulgada na última sexta-feira (10), cita como principal causa a atividade de organizações criminosas, com destaque para os chamados ‘piratas do rio’ – grupos que têm como alvo embarcações no Rio Solimões e que contribuem para o tráfico de drogas, colocando em risco pescadores e agricultores locais.

Na decisão consta:

  • No prazo de seis meses, o aumento do efetivo em 40 militares, além do que já está lotado atualmente em Coari;
  • Disponibilização para a PM em Coari, no mínimo, de duas lanchas rápidas, equipadas com dois motores de alta potência, equipamentos de comunicação, suportes para armamentos de grosso calibre e sistema de blindagem, com prazo máximo de seis meses;
  • Manutenção e disponibilização de cota de combustível mensal adequado para as 13 viaturas — seis carros e sete motocicletas — e da lancha rápida do 5º BPM;
  • Disponibilização para a PM de, no mínimo, duas carretinhas para transporte das lanchas rápidas;
  • Disponibilização para o 5º BPM de armamentos não letais suficientes para a preservação da ordem pública na localidade.

Em caso de descumprimento, a Justiça determinou uma multa diária de R$ 5 mil, além da intimação pessoal do titular da (SSP-AM) e do comandante da Polícia Militar do Estado do Amazonas (PM-AM).

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